quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Resumo Diálogo de Platão - Sofista


O diálogo empreendido pelo Estrangeiro de Eléia e o seu interlocutor, o jovem filósofo Teeteto, busca definir o sofista através de analogias e análises dicotômicas, tendo como objetivo estabelecer sua verdadeira natureza. Ao mesmo tempo, a definição do sofista serve de parâmetro para conceituar o filósofo, explicitando uma radical diferença entre ambos no que concernem os métodos e as motivações de cada um. Nesta obra, ao criticar o sofista como produtor de simulacros da verdade (aparência), Platão atribui ao filósofo a habilidade de produzir discursos verdadeiros (cópia) com base no método dialético.
Um discurso falso se refere a algo que seja “contrário” daquilo o que realmente é, ou seja, “são os não-seres, o que a opinião falsa concebe.” Para Platão, esta conclusão serviria de refúgio ao sofista que tentaria refutar sua acusação – que este seria um mero produtor de simulacros – com base na teoria de Parmênides de que o não-ser é impensável e indizível. Desta forma, contrariando a teoria pamenidiana, Platão investe na afirmação do não-ser como alteridade do ser e não necessariamente como o contrário do ser, e assim, demonstrando a possibilidade da existência de falsidade em um discurso.
Portanto, o que aparece em primeiro plano neste diálogo de Platão é o debate a cerca do discurso falso em contraposição ao discurso verdadeiro – associado à análise que estabelece o não-ser como alteridade do ser – e a estratégia de relegar a sofística a um plano inferior do conhecimento, em contraste com o saber superior da filosofia. Por outro lado, ao superar as posições contrárias das doutrinas pluralistas e unitárias a cerca do ser, bem como da irredutibilidade do ser ao movimento (Heráclito) e ao repouso (Parmênides), Platão afirma que o verdadeiro ser (a idéia, a forma) é, ao mesmo tempo, uno (em relação às suas cópias finitas no mundo sensível) e múltiplo (em relação à multiciplidade infinita das formas), propondo assim uma nova teoria do ser, ou seja, a do ser metafísico.


Texto retirado do site scribd.com artigo de Caius Brandão

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