quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Resumo Diálogo de Platão - Parmênides

O Parmênides de Platão é dividido dramaticamente em dois planos, no primeiro temos o relato de Céfalo de seu encontro com Glaucon, Adimanto e Antifonte, para que Antifonte lhes narrasse o debate entre Sócrates, Zenão e Parmênides, já que este tinha ouvido Pitodoro contar diversas vezes o encontro dos três filósofos. O segundo plano dramático é o das conversações entre Sócrates, Zenão e Parmênides que é relatado por Antifonte. É neste segundo plano dramático que está presente o conteúdo filosófico do diálogo, e é da leitura desta parte que os estudiosos dividem o Parmênides em outras duas ou três partes. As subdivisões mais aceitas e a que usamos em nossos estudos, são as que separam em duas partes o relato de Antifonte, sendo que a primeira parte (127b-137b) contém a exposição da teoria das Formas feita por Sócrates e as críticas que Parmênides faz a esta, por sua vez a segunda parte (137c–166c) contém a demonstração do método de Zenão filosofar, o qual Parmênides sugere que o jovem Sócrates passe a utilizar.
          No que concerne a veracidade do encontro entre Sócrates, Zenão e Parmênides,tal como apresentado no diálogo por Platão, o que pode criar em nos certo grau de dúvida é o fato de que tomamos conhecimento de tal pelo relato de Antifonte que o decorou depois de ouvido varias vezes de Pitodoro que esteve presente no encontro, ou seja, temos contato com o diálogo entre os três filósofos de uma fonte indireta e relatada de memória. Este fato, apesar de nos parecer estranha, não era nada incomum para um grego contemporâneo de Platão, já que em uma época onde poucos sabiam ler a memória era o principal meio da preservação dos fatos. Mesmo com o alto valor de veracidade dado aos relatos de memória na Grécia antiga é muito pouco provável que o diálogo que Platão nos apresentado no Parmênides tenha realmente ocorrido. 


Texto retirado da internet, artigo de Fernando F. Strongren Graduando em Filosofia da Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Marília

Resumo Diálogo de Platão - Sofista


O diálogo empreendido pelo Estrangeiro de Eléia e o seu interlocutor, o jovem filósofo Teeteto, busca definir o sofista através de analogias e análises dicotômicas, tendo como objetivo estabelecer sua verdadeira natureza. Ao mesmo tempo, a definição do sofista serve de parâmetro para conceituar o filósofo, explicitando uma radical diferença entre ambos no que concernem os métodos e as motivações de cada um. Nesta obra, ao criticar o sofista como produtor de simulacros da verdade (aparência), Platão atribui ao filósofo a habilidade de produzir discursos verdadeiros (cópia) com base no método dialético.
Um discurso falso se refere a algo que seja “contrário” daquilo o que realmente é, ou seja, “são os não-seres, o que a opinião falsa concebe.” Para Platão, esta conclusão serviria de refúgio ao sofista que tentaria refutar sua acusação – que este seria um mero produtor de simulacros – com base na teoria de Parmênides de que o não-ser é impensável e indizível. Desta forma, contrariando a teoria pamenidiana, Platão investe na afirmação do não-ser como alteridade do ser e não necessariamente como o contrário do ser, e assim, demonstrando a possibilidade da existência de falsidade em um discurso.
Portanto, o que aparece em primeiro plano neste diálogo de Platão é o debate a cerca do discurso falso em contraposição ao discurso verdadeiro – associado à análise que estabelece o não-ser como alteridade do ser – e a estratégia de relegar a sofística a um plano inferior do conhecimento, em contraste com o saber superior da filosofia. Por outro lado, ao superar as posições contrárias das doutrinas pluralistas e unitárias a cerca do ser, bem como da irredutibilidade do ser ao movimento (Heráclito) e ao repouso (Parmênides), Platão afirma que o verdadeiro ser (a idéia, a forma) é, ao mesmo tempo, uno (em relação às suas cópias finitas no mundo sensível) e múltiplo (em relação à multiciplidade infinita das formas), propondo assim uma nova teoria do ser, ou seja, a do ser metafísico.


Texto retirado do site scribd.com artigo de Caius Brandão

Resumo Diálogo de Platão - Teeteto

Esse texto é um diálogo entre Sócrates e Teeteto sobre o conhecimento. Sócrates mostra a Teeteto que por mais que se tente caracterizar e definir o conhecimento, que se tente formular um conceito sobre ele é impossível chegar a uma definição precisa. Isso, pelo fato do conhecimento estar além da opinião verdadeira e da explicação racional. O conhecimento é por definição, a busca do saber, expresso na célebre frase atribuída a Sócrates: “Sei que não sei”. Sócrates era considerado um parteiro das idéias, porque os libertava para o pensamento, para a filosofia. E é isso que ele faz com Teeteto: provoca o parto das idéias. Por mais que pensamos saber sobre alguma coisa, tudo o que sabemos é limitado a nossos aprendizados e “pré-conceitos”. Portanto, nunca chegaremos à verdade, apenas nos aproximamos. 



quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Resumo Diálogo de Platão - Fedro

O diálogo Fedro se passa fora dos muros de Atenas, debaixo de uma árvore e ao lado de um rio. Neste diálogo, Sócrates tem apenas um interlocutor direto, o próprio Fedro, mas tem dois indiretos, Lísias e Isócrates. Este diálogo pode ser subdividido em três partes: em primeiro lugar, aquela em que se dão os discursos de Lísias e Sócrates sobre o tema do amor; em segundo lugar, a marcada pelo segundo discurso de Sócrates sobre o tema do amor, onde ele apresenta várias informações sobre a alma; em terceiro lugar, a parte em que há a discussão entre Sócrates e Fedro sobre a arte da retórica. Uma questão muito relevante neste diálogo é que ele foge dos parâmetros tradicionais dos diálogos platônicos. Em todos os diálogos, a apresentação do tema é feita estritamente na forma de diálogos entre os personagens, mas no Fedro uma grande parte das apresentações dos temas se dá em forma de discurso, somente na última parte Sócrates retorna ao seu estilo tradicional. Mais propriamente no tema da alma, que é discutido na segunda parte do Fedro, o diálogo abrange uma grande quantidade de assuntos, sem entrar muito em detalhes sobre nenhum deles.
Desse modo, para a compreensão do Fedro é necessário o conhecimento de vários outros diálogos de Platão. No Fedro, apesar de referir-se a vários problemas sobre a alma, Platão fica quase que somente na apresentação destes temas, ele não fornece nenhuma prova racional sobre sua veracidade: toda a discussão em torno da alma é apresentada de uma forma mitológica, e é somente a partir de pressupostos racionais, apresentados em outros diálogos, que Platão demonstra suas teses sobre a alma. Lísias era um mestre na arte da retórica e um cidadão influente nos tribunais. Especula-se que ele foi uns dos responsáveis pela condenação de Sócrates; viria daí, então, o sarcasmo demonstrado por Sócrates ao falar dele.


Resumo Diálogo de Platão - Mênon

O diálogo parte da questão proposta por Mênon a Sócrates: a virtude pode ser ensinada, desenvolvida por exercício ou seria ela constitutiva da natureza? Sócrates responde que não sabe se e nem como poderia ser ensinada, assim como não sabe o que é a virtude. Mênon tenta responder o que ela é enumerando várias atitudes tais como: ser capaz de administrar bem o Estado ou de administrar bem a casa no caso das mulheres. Sócrates recoloca a pergunta: o que ele deseja saber é o que está presente em todas as virtudes, isto é o que faz com que elas se definam e se caracterizem enquanto tais. O que é procurado é o sentido único e abrangente da virtude e não a multiplicidade de formas com que se apresenta. A segunda tentativa de resposta para o significado de virtude por parte de Mênon é: virtude é amar o que é belo e conquistar o poder de obter estas coisas. O diálogo prossegue com a colocação de Sócrates de que a virtude pode ser procurada mesmo não sabendo o que seja. Esta colocação é importante pois enfatiza mais o caminho a ser percorrido do que uma definição pronta e acabada. Através da teoria da reminiscência, situa o método pelo qual o conhecimento das virtudes ou do que quer que seja se dá. O conhecimento de alguma coisa se dá no tanto em que se alcança sua rememoração. O diálogo com o escravo visa exemplificar esse conhecimento já existente e que deve ser recordado.
A alma, sendo imortal contemplou tudo o que existe na terra e no Hades. Ela conhece tudo. Uma constante indagação e busca de resposta para o entendimento da virtude é então o caminho pois não se sabe o que é e tudo o que pode ser conhecido requer um trabalho de rememoração. Aí está uma crítica aos sofistas: eles promovem a indolência ao se apresentarem como mestres detentores de um saber a ser transmitido, isentando o outro deste processo vital de busca incessante. O diálogo prossegue com a distinção entre ciência e opinião verdadeira Haveria possibilidade de ensino da virtude caso ela fosse uma ciência. Mas isto afinal não se confirma. A opinião verdadeira ganha relevância já que ela pode levar a ações virtuosas levando à importante conclusão de que a inteligência não é determinante no processo do conhecimento. A emanação do conhecimento pela conexão com a divindade seria o fator determinante. Dizer a verdade sem o saber exprime essa forma de conhecimento que vai além do que pode ser apreendido racionalmente.



Este texto foi retirado do google artigo de Moura Lima